sábado, 24 de abril de 2010

Estrela Gloriosa

A guerra foi vencida e outro Império reinou. Mas, coincidentemente, ainda era o mesmo. Sim, o Império do Amor. O amor de toda a nação alvinegra presente no estágio e em todo o canto do mundo. Ninguém pôde calar. Vibrando, chorando, cantando, gritando, festejando - mais do que tudo - a garra, a fibra e a raça do título conquistado. A estrela solitária não estava sozinha, nunca esteve. Conduzindo a festa, ela pulsava forte no peito de todos os botafoguenses. Honrando as cores do Brasil de nossa gente, o amor em preto e branco ganhava cor: o verde do gramado, o azul do céu, o amarelo do sol iluminando, o vermelho do sangue que corria nas veias de cada guerreiro. O preto e branco misturado com um arco íris de cores. Num mix de sentimentos, foi campeão.

Foste herói de tua torcida apaixonada e nosso imenso prazer. E sempre hás de ser.

sábado, 27 de março de 2010

Prazer em conhecê-la

Acordava, olhava pela janela embaçada a paisagem meio nublada do lado de fora. Ninguém passava. Às vezes, bem às vezes, um solzinho com o sorriso tímido dava o ar de sua graça.
Sua vida, metaforicamente falando, se resumia a esse primeiro parágrafo, exatamente desse jeito. As mesmas sensações. A mesma rotina. Nada mudava. As mesmas decepções .
Um pijama comprido listrado e uma pantufa suja num tom rosa choque desbotado. Bem ralé. Era como sempre se sentia...desbotada, vazia. Se arrastando pelo quarto e esbarrando na mobília empoeirada que cheirava a mofo, caminhava para mais um dia. Um longo dia. Era sempre assim. Sem motivações. As mesmas obrigações. Sem nenhum objetivo.
Não havia motivo algum para sorrir, afinal, ela estava sozinha. Cada lágrima derramada a fazia crer que nenhum outro sentimento seria pior. A dor não fortalecia, não a fazia se reerguer. O que parecia comum a quaisquer outros olhos, não fazia sentido algum. Não a ela. Porções daquele sentimento que a devorava afloravam.Porções do mesmo.A mesmice insistia.Partia, aos poucos. Rachando. Quebrando. Desaparecendo. Foi assim.

E deixou aos pés da cama aquela pantufa desbotada, o pijama listrado. Lembranças que devem ser esquecidas. E que fique bem claro : a escolha foi particular.

Sobre viver, não quis sobreviver.
Seu nome? Solidão.

Insaciável

Do que mais me incomoda, a insegurança.
Do que mais me emociona, as surpresas.
Do que mais me faz feliz, o companheirismo.
Do que mais me entristece, o descaso.
Do que eu sempre desejei, a felicidade.
Do que eu nunca desejei, a solidão.
Do que mais me motiva, a vida.
Do que menos me faz viva, a mentira.
Do que eu sempre tive, a atenção.
Do que eu nunca tive, a intenção.
Do que eu nunca dei valor...escorre pelas minhas mãos.

Do que eu fui, do que eu sou.
Eu quis muito e ainda quero.

Eu quero mais.

Doce amarga memória

Andei há muito e ainda ando
Buscando encontrar algo perdido
Em meus sonhos, desertos e montanhas
E a busca contínua de encontrar minhas lembranças.

A realidade contida no sonho em mim despertou
Como um doce e singelo sorriso numa manhã de outono.
Abri os olhos vendo as folhas reposaurem no chão...levemente.
A lágrima não. Pesada, escorria pelo sorriso que logo se desfez.
A realidade, enfim, eu encontrei.

No fim, não havia mais sonho
Não havia mais inversão do real.
A realidade ali, jogada vorazmente diante de mim.
Não havia uma fresta para enxergar além
E de olhos vendados eu vivi.

E como vivi. E ainda vivo.

Destinatário aleatório

Apaixone-se. Não se prive.
Ouse mais. Sinta-se cada vez mais vivo.
Liberte-se dos medos obscuros. Não se esconda.

Acerte. Erre. Humanize-se.Erga-se. Não se adapte ao convencional.
Reestruture-se. Renove-se. Não se acomode.

Liberte-se. Reconheça-se.
Valorize-se. Não se subestime.
Sinta.Seja.Queira.
Faça. Fibra. Força. Viva. Aos poucos e de uma vez.

Não se prive.

sábado, 13 de março de 2010

Evitando o inevitável

Certa vez, no auge da minha pré adolescência, falei pra mim mesma que nunca iria namorar, me apaixonar perdidamente. Nunca admirei a história de amor de Romeu e Julieta. Achava ela burra por ter se apaixonado justamente pelo cara que ela não podia ter… Todo mundo achava isso tão romântico : Romeu e Julieta, amor verdadeiro, cheio de obstáculos e com um final… triste. Pra mim, se foi amor de verdade, por que não um final feliz? O destino - pra quem acredita - é uma coisa engraçada. Agora, se a tal Julieta foi burra o bastante para se apaixonar pelo 'inimigo', beber uma garrafa de veneno e ir repousar num lugar distante, então ela teve o que merecia,sim.
Talvez Romeu e Julieta estivessem destinados a ficarem juntos, mas só pra viver aquele amor impossível, pelo menos um pouquinho. E então o tempo deles passou. Se eles soubessem disso antes, talvez tudo tivesse terminado bem. Eu não queria isso pra mim. Nunca desejei. Nunca quis acreditar no destino. Falava pra pra mim mesma que quando eu crescesse, o controlaria. Hoje, eu acredito que na maior parte do tempo, o amor é uma questão de escolhas. É questão de tirar os venenos e as adagas da frente e criar o seu próprio final, seja ele triste ou feliz. E às vezes, apesar de todas suas melhores escolhas e intenções… o destino vence de qualquer forma.